Compreensão e empatia

Empatia e compreensão.

No Budismo não há perdão. Ninguém perdoa e ninguém é perdoado.
E eu a cada dia mais compartilho essa mesma idéia. Essa mesma lógica.
Eles dizem que se alguém faz algo para você que o machuca ou maltrata de alguma maneira, então devemos ter em mente que essa pessoa está não está bem consigo.
Da mesma maneira devemos nos colocar no lugar dela e entender circunstâncias e crenças envolvidas no ocorrido.
Nesse ponto chegamos ao meu primeiro contado com estudos de perdão. Perdão é entendimento, é compreensão e é aprendizado.
Quando deixamos para trás todos os nossos primeiros entendimentos do perdão, onde a pessoa que perdoa acaba se coloca numa posição superior, o que mexe com a vaidade a quem se é perdoado o que mexe com a humilhação muitas vezes, podemos efetivamente nos deparar com a compreensão, com o entendimento, com o aprendizado que a situação provoca.
Se estamos aqui para deixarmos um mundo melhor e para evoluirmos como seres humanos podemos pelo menos refletir se está na hora de deixar velhas crenças que já não servem mais.
Devemos aprender, reparar e se regenerar dos nossos mal feitos.
Por outro lado, também não devemos deixar alguém que compreendemos que não está bem nos machucar por não saber lidar com suas próprias feridas.
O melhor é dar um tempo, sair, ou mesmo se afastar momentaneamente ou definitivamente, uma vez que talvez essa pessoa não esteja preparada para mudar sua conduta.
O perdão então tem um peso muito grande na nossa evolução. O perdão não é exatamente algo positivo, pois nos coloca em posição de julgador, que absolve ou condena alguém e aí vem a pergunta, quem somos nós para perdoar?
Nos os seres cheios de defeito e em plena evolução.
Será que compreender, ser empático, colocar limites já não é o suficiente?
Será que nessa compreensão não cabe o deixar ir e seguir para o novo dia somente com as novas crenças? Com o novo entendimento? 

Cartas a um Jovem Poeta. Carta Quatro

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“Se procurar amparo na Natureza, no que é nela tão simples e pequeno que quase não se vê mas que inesperadamente pode tornar-se grande e incomensurável; se alimentar esse amor pelo mais ínfimo e se tentar, humilde como um criado, ganhar a confiança do que parece pobre, tudo será para si mais fácil, mais coeso e de algum modo mais conciliador, talvez não no intelecto, que recua atônito, mas no mais íntimo da sua consciência, do seu conhecimento e atenção.

Você é tão jovem ainda, está diante de todos os inícios, e por isso gostaria de lhe pedir, caro Senhor, que tenha paciência quanto a tudo o que está ainda por resolver no seu coração e que tente amar as próprias perguntas como se fossem salas fechadas ou livros escritos numa língua muito diferente das que conhecemos. Não procure agora respostas que não lhe podem ser dadas porque ainda não as pode viver. E tudo tem de ser vivido. Viva agora as perguntas. Aos poucos, sem o notar, talvez dê por si um dia, num futuro distante, a viver dentro da resposta. Talvez traga em si a possibilidade de criar e de dar forma e talvez venha a senti-la como uma forma de vida particularmente pura e bem-aventurada; é esse o rumo que deverá tomar a sua educação; mas aceite o que está por vir com grande confiança, e se ele surgir apenas da sua vontade, de uma qualquer necessidade interior, deixe-o entrar dentro de si e não odeie nada.”

Rainer Maria Rilke, “Cartas a um Jovem Poeta”, Carta Quatro, “Worpswede, junto a Bremen”, 16 de julho de 1903 (páginas 23 e 24)

As águas que mudaram. Um conto Dervixe

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As metáforas e lendas estão aí para nos ensinar e nos mostrar aquilo que muitas vezes uma uma explicação racional não consegue.

No budismo, no cristianismo, no candomblé e no islamismo essas parábolas são contadas e discutidas, com o propósito de nos ensinar as lições importantes sobre nós mesmos.

Às vezes é necessário acessar o nosso lado lúdico, a nossa imaginação para nos certificar que somos tão diferentes e tão iguais a todos os outros.

Para os dias em que nós sentimos sozinhos, por sabermos que na verdade não somos como os outros, que já fomos um deles e que ainda não encontramos aqueles outros que agora são os nossos novos.

Um conto Dervixe para os nossos dias de inadequação e pressão social.

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“Certa vez, Khidr, o professor de Moisés, fez um alerta à humanidade.
Numa determinada data, todas as águas do mundo, menos as especialmente reservadas, desapareceriam.

Em seguida seriam substituídas por uma água diferente que deixaria os homens loucos.

Apenas um homem entendeu o significado desse aviso e guardou uma certa quantidade de água num lugar seguro, esperando acontecer a mudança.

Na data indicada os rios deixaram de correr, os poços secaram e o homem que tinha entendido, vendo tudo isso acontecer, foi para o seu esconderijo e bebeu da água reservada.

Quando viu, do seu posto seguro, que as cachoeiras estavam novamente correndo, ele voltou ao convívio dos outros filhos dos homens, observando que eles agora pensavam e falavam de outra maneira totalmente diferente, mas não se lembravam do que tinha acontecido, nem de terem sido avisados.

Quando tentou falar com eles, percebeu que o julgavam louco, e se mostravam hostis ou compadecidos, mas não o compreendiam.

No início ele não bebia da nova água, voltando ao seu esconderijo todos os dias para se abastecer nas suas reservas.
Finalmente, não suportando mais a solidão em que a sua vida tinha se transformado, porque ele se comportava e pensava diferente de todo mundo, resolveu beber da nova água.

Bebeu e se tornou um deles.

Depois não lembrou mais da sua reserva especial e passou a ser visto como o louco que havia milagrosamente recuperado a razão.”

um dia a gente aprende

 

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Um texto da minha querida nova amiga Zane Capp.

Lindíssimo.

Um dia a gente aprende

Que o sol nasce pra todos…mas nem todos
conseguem apreciá-lo como ele merece!
Que a lua é a mesma em cada lugar
do universo… os olhares no entanto são
diferentes… e nem todos conseguem
enxergar a magnitude da sua infinita beleza!
Que a felicidade está em compartilhar o
pouco que temos e que agindo assim
tudo em nós passa a ter mais significado!
Que a vida passa na velocidade dos
dias, horas, minutos, segundos… e que nem sempre
sabemos interpretar que é preciso
respeitar o tempo…pois só ele remediará
todos as feridas, só ele fará com que no andar
lento e trôpego da carruagem as coisas voltem
aos seus lugares!
E que o tempo sempre nos trará coisas boas e novas…
Um dia nós aprendemos…
que os sentimentos são inúmeros…
ilimitados…alguns exagerados, outros
mais tímidos e recatados…mas que o
que os torna tão belo e únicos é o fato
justamente de serem assim como são: únicos!
Que as pessoas amam uma às outras
e que nem por isso elas falam a mesma
língua sempre, ou têm as mesmas intenções
ou compartilham os mesmos sonhos…
e mesmo assim se completam…
ou…ou…ou…
há tantas coisas por aprender…
a vida é um constante sair do lugar…
um mudar de olhares…
Um dia nós aprendemos que…
algumas vezes buscamos perto o que estava longe
ou olhamos longe buscando aquilo que estava perto…
e o amor esteve ali o tempo todo!  

– Zane Capp

As dores de amor.

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Esse texto, não está na íntegra, porém, foi tirado de um episódio do seriado canadense Being Erica.

Serve de reflexão para todos aqueles que fazem ou fizeram loucuras tentando evitar as dores e sofrimento dos finais de relacionamento.

Existem pessoas que merecem todo o nosso amor e dedicação, mas quando uma relação acaba, quando vemos que estamos em lugares diferentes na vida, o melhor a fazer é se afastar definitivamente.

O que acontece geralmente é que é tão difícil encarar a dor da perda, da rejeição, que acabamos por evitá-la a todo custo, muitas vezes nos enganando com um “ficante” ou mesmo com uma nova chance com o ex, acreditando que tudo será diferente. A história mostra que não! Não será!

Pontos finais, não são vírgulas, não são ponto e vírgula. São fim de linha. É melhor sofrer, doer e deixar que o tempo cure as feridas, para que as novas oportunidades apareçam em nossa vida.

Enquanto estamos apegados ao nosso passado que não deu certo, corremos o grande risco de trazê-lo e vivê-lo novamente no presente.

Segue a reflexão. Being Erica – S03/E02.

“Medo de que?
Medo da dor. Do quanto ia doer estar sem ele.
Digo, terminar com alguém que você ama, mesmo que pelas razões certas é incrivelmente difícil.
Foi doloroso o suficiente para me fazer reconsiderar minha decisão, o que é maluquice, porque sei que não damos certo juntos.

Ás vezes pensamos que voltando atrás, reconsiderando, evitaremos a dor, mas o que fazemos na verdade é somente evitá-la, atrasá-la.

E sofremos durante muito tempo, com brigas e desgaste desnecessários, ao invés de fazer a única coisa que deveríamos ter feito: Nada!

Parece fácil, mas não é fácil mesmo.
Você se machuca. Se machuca, se machuca. Sufoca. E convive com isso, se afunda nisso e sofre, sofre muito. Até que pare.
Até que o tempo leve esse sofrimento embora.”

Algumas vezes a única maneira de seguir em frente
é parar de se mover, é ficar no mesmo lugar.
É decidir que não importa o que aconteça,
não importa o quanto machuque,
você está exatamente onde quer estar.

Outono

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E hoje, dia 26/04/2016 o tempo muda a estação e parece que finalmente ele chega.

Trouxe com ele os ventos da mudança de estação e marca da passagem do tempo. Atrasou com certeza. Tivemos um mês a mais de calor, sol e parecia janeiro em abril.

Pois é. Não é possível vivermos somente de verão. Dias de sol. Festa. Todo esse movimento para fora. Felicidade, vida, celebração, agitação!

O corpo cansa e o nosso relógio interno pede a mudança. Essa, a nossa única constante na vida.

É preciso despir-se de nossas folhas. Começar o movimento desapego, de contemplação, de preparação, de interiorização. É preciso respirar novamente.

Nesse tempo que é preciso meditar. É preciso sintonizar. Estar presente.

É preciso se preparar para a nossa hibernação, quando tudo fica mais devagar, quando nos guardamos em nós mesmos.

“Repara que o outono é mais estação da alma do que da natureza.” – Friedrich Nietzsche

Passado, presente ou futuro. Qual é o seu tempo?

_DSC4509Às vezes para darmos muitos passos para frente, é necessário que não tenhamos medo de recuar um pouco e olhar novamente para o passado.

Entenda. Olhar para o passado não é se vitimar, nem se apegar a ele, mas sim ir atrás dos recursos e ferramentas que fizeram com que tudo desse certo naquele momento e que deverão ser usados como ferramentas para superarmos os nossos desafios no presente e assim construirmos um futuro infinitamente melhor.

Sim. Olhar para o passado assim pode!

Com o tempo abandonamos coisas, pessoas e experiências, mas tudo isso nos fortalece no momento presente em que tudo pode parecer muito difícil, as vezes quase impossível de se transpor.

Tudo gira na nossa vida em torno de passado, presente e futuro e das realizações e decisões baseadas nesses tempos tão etéreos.

Construímos no presente, baseados no nosso passado, um futuro melhor, pior ou igual ao que já tivemos.

Tudo pode ser igual, pior ou muito melhor. Como tudo é escolha, a garantia do sucesso está nas nossas mãos.

Não estou dizendo aqui não poderemos cair, errar e aprender com as nossas quedas. Sim, a vida não é feita somente de sucessos imensos e sucessos atrás de sucessos.

Muitas vezes olhamos para o passado para nos vitimar, ainda mais nos momentos de crise, quando na verdade, devemos olhar para o passado para nos fortalecer, lembrando de todas as nossas vitórias.

O fracasso existe. E com ele o aprendizado e a vontade de fazer melhor da próxima vez.

Gente como a gente caí, fracassa, chora, deprime e depois de tudo isso, levanta, ergue a cabeça e segue em frente.

Mas afinal de contas quando devemos olhar para o passado?

Devemos olhar o passado para resgatar a nossa autoestima, o nosso amor-próprio e lembrar que somente teremos amor incondicional por nós mesmos.

Nesse exercício lembrarmo-nos de quem éramos ali atrás, de todas as nossas vitórias, de todos os nossos aprendizados, de todo o bem que fizemos para alguém e da nossa evolução.

As minhas últimas lições de vida giram em torno do resgate da mulher que eu sou que após uma queda dura, esqueceu do seu potencial. E foi lá no passado que eu encontrei novamente com a mulher que eu sempre fui e com esse resgate eu tenho forças para ser a nova versão, agora melhorada de mim.

Acredite em você e no seu potencial de mudar a sua história. Não importa o tamanho do desafio que você encontra na sua vida no momento presente. A sua capacidade será e é sempre maior.

Quanto mais vitórias nós temos, quando mais bem fazemos aos outros desinteressadamente, quanto mais estudamos, quanto mais compartilhamos e quanto mais corretos nós somos, mais fácil é ir no nosso arquivo de coisas boas e resgatar a nossa autoestima quando estamos sendo desafiados pela vida.

Sendo assim, quando está tudo bem na sua vida, realize muito para que nos momentos difíceis você tenha ferramentas suficientes para lutar.

Mesmo que não tenhamos nada de concreto para nos agarrar, mesmo nos piores momentos da nossa vida, sempre há algo positivo a se fazer e consequentemente que aumentará o amor por nós mesmos e consequentemente o nosso poder de realização.

Mas tem que fazer. Colocar a mão na massa e suar.

Viver é trabalho em tempo integral, mas quando você enriquece a sua história, passar pelos tempos difíceis fica muito mais fácil.

O início da mudança é sempre uma decisão pessoal. Quem quer faz e quem não quer arruma desculpas.

Qual será a sua história?

Curta a minha página: facebook.com/AndreiaSigoloCoaching/  e conte para mim em que momento você se encontra.

Definitivo

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Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional…

Martha Medeiros

TEDx São Paulo – Para inspirar 2016

 

TODOSSOMOSUM

TEDx São Paulo – 26/11/2015 – MASP – Ideias Empreendedoras

Crédito foto: Comodo, Agenzia Riguardare

Voluntariado, amizade,  liderança, empreendedorismo, novas ideias, novos ideais.

Participar assim de um TEDx é viver um pouco de tudo, o que você vive no seu ambiente de trabalho, em casa e com os amigos. Tudo junto, tudo misturado.

É testar novas habilidades, utilizar as suas competências e ainda exercitar uma séria de sentimentos para se relacionar com próximo.

É começar entender compartilhamento, conexão e exercitar o poder de viver em rede e não em hierarquias.

Aprendi no TEDx, tanto nas palestras, quanto na vivência como voluntária, que o mundo está mudando. E depressa. Estamos aprendendo a viver em cooperação, colaboração e em rede. Nos conectamos em todas as direções, com as mais diversas histórias e experiências de vida e aprendemos rápido o que é isso.

É só você olhar a quantidade de iniciativas colaborativas que temos por aí. Quanta gente fazendo pelo outro, simplesmente pelo desejo sincero de fazer o bem, de auxiliar e de trocar, tanto quanto com quem tem menos, quanto com quem tem o mesmo ou mais.

Status em breve, essa é a minha impressão, será um rótulo indesejado. O interessante será realmente o que você anda compartilhando e auxiliando no crescimento coletivo.

Crescimento é via de mão dupla. Não somos seres apartados em profissional e pessoal. O aprendizado de um lado levamos para o outro e vice-versa, assim como compartilhamos quem somos com quem nos conectamos na nossa vida.

Os dois últimos TEDx São Paulo nos mostra uma nova visão e realidade que está nascendo e crescendo rapidamente, graças a iniciativa de pessoas das mais diversas culturas e experiências pessoais e profissionais que estão se encontrando para disseminar ideias e propósitos, com uma única finalidade: construirmos um futuro melhor, com mais conexão e colaboração.

Sabe aquele mundo ao qual sempre sonhamos? Ele está se tornando realidade com a soma das mais diversas iniciativas e pessoas com um só propósito: fazê-lo mais justo é melhor!

Qual será a sua escolha e contribuição?

Deu tudo errado! E agora?

Pérolas

Viver nos dias atuais é desafiante. Muito mais, acredito que seja uma tarefa para os grandes.

Lutamos, batalhamos, trabalhamos muito e nos esforçamos muito para sermos seres humanos melhores e na maioria do tempo sentimos que grande parte dos nossos esforços são em vão. Nadamos, nadamos e morremos na praia.

O namoro não deu certo. Apesar de ótimo profissional, fomos demitidos, nossos familiares não nos entendem e fazem uma tempestade em copo de água, por isso, todo aquele esforço, praticado durante meses para ser uma pessoa mais calma, mais centrada se esvai num só segundo, logo após alguém ameaçar desmoronar o nosso castelo de areia.

Destilamos o nosso veneno e passada a raiva, nos assustamos, por não conhecermos em profundidade o nosso lado mais sombrio.

Deu tudo errado.

O sonho de ser empresário ruiu antes de vingar, a promoção foi para aquele desafeto gerando a sensação de não ser bom o bastante, a demissão que faz nosso mundo desabar, o término de relacionamento que nos fere e mata um pouco da nossa esperança no amor e nos relacionamentos.

Mesmo após todo o nosso esforço e dedicação, algumas coisas simplesmente não dão certo, ou ás vezes, dão muito errado e nos questionamos sem parar: por que comigo?

A primeira pergunta que eu faço é: por que não com você? Somos todos iguais.

Vivemos experiências e dilemas parecidos e por isso mesmo, é importante que nesses momentos, que soam como portais que se fecham, nos darmos à oportunidade de nos reciclar e melhorar como seres humanos.

Desafios se apresentam para que possamos crescer, melhorar, aprimorar, reciclar, se reinventar. Quem era você antes, quem é você agora e o mais importante quem você será após toda a turbulência passar?

Está mais do que provado através da nossa história e evolução que somos completamente capazes de reconstruir nossas vidas, nossos mundos, mesmo que tudo nos seja tirado, atingindo novos patamares tanto material quanto espiritualmente.

Cidades desaparecem em tsunamis, terremotos, enchentes. Grandes perdas em acidentes. Tragédias acontecem a todo momento com todos nós.

Só devemos nos questionar: serei eu o escolhido?

Lógico que aqui estou dando os exemplos extremos, mas se no extremo, existe uma imensa força interior que emerge e faz com que nos salvemos, porque em coisas menores nos perdemos?

As nossas tragédias pessoais são oportunidades de fazer tudo diferente, de efetivamente começar uma nova vida, com parâmetros, conhecimentos, habilidades e valores que até então não foram utilizados.

Elas acontecem e automaticamente começam a testar a nossa resiliência, força, coragem, determinação e superação.

Você é capaz de continuar sonhando ainda que tudo que você considera importante, ainda que o seu alicerce seja retirado de você?

Você ainda será capaz de ver a beleza nas pequenas coisas se não estiver no olho do furacão?

Você é capaz de se apaziguar e compreender que assim com existem dias de sol, temos tempestades e que elas não são eternas e que nos dias que se seguirão o sol voltará a brilhar de forma ainda mais radiante?

Podemos lamentar e nos tornarmos vítimas da nossa própria tristeza, ou podemos arregaçar as nossas mangas e procurar as oportunidades que surgem nesses cenários. E elas sempre surgem, mas devemos estar atentos para reconhecê-las.

Só reconhece quem não se sente vítima de uma circunstância. Isso não quer dizer que devemos reprimir a nossa tristeza, a nossa indignação, o nosso sentimento de pequenez diante dos acontecimentos que nos tiram o chão.

Deu vontade de chorar? Chora!

Deu vontade de dormir para esquecer? Durma!

Deu vontade de comer um pote de sorvete para esquecer? Se lambuze!

Faça o que for preciso para viver o luto, mas não use essas atitudes como muleta para estagnar. Sinta a tristeza. Ela é legítima, mas até para a nossa tristeza devemos impor limites.

Não se esqueça que a cada dia a reconstrução deve ser feita. Não se esqueça que você é responsável pela sua reconstrução. Algum passo precisa e deve ser dado todos os dias na direção da recuperação do nosso EU.

Os passos serão dados e os melhores dias virão. Como temos certeza que não nos faltará o ar para respirarmos. Você não vai dormir preocupado com o ar que respirará enquanto estiver dormindo. A natureza é abundância.

Creia. Tenha fé. Em você. No fluxo da vida. Na sua força interior.

Com o passar dos dias, com o passar do tempo, você olhará para trás com a certeza que está mais forte, mais corajoso e tem muito mais bagagem para enfrentar as adversidades da vida.

Você se verá como um ser humano melhor, para você e para os demais.

Compreenderá que o seu poder de transformação é muito maior do que imaginava.