Sou mulher. E louca e enlouquecedora como qualquer uma delas.
Sou assim (mas poderia ser qualquer outra e isso não mudaria o resultado):
Dançarina nas horas vagas, que pode ser vagas quando estou parada no trânsito da Avenida 23 de maio, ou na frente do meu computador na empresa, na sala da minha casa de moletom e meia.
Sou metida a cantora. Canto no chuveiro, na cozinha, no carro, no quarto. Na minha cabeça sempre há uma musica que combina com o momento que eu estou vivendo e uma dança que combina com essa música.
Que ninguém me impeça de cantar, de dançar. Eu sou assim e nunca vou parar… (até rimou, mas não foi essa a intenção… rss).
Sou conhecedora rasa de vinhos, amo muito as várias combinações.
Sou amante dos animais. Amo meus gatos e a troca dos bichos com os seres humanos. Eles são lindos. Cachorros, gatos, periquitos, peixinhos dourados, coelhinhos. Não interessa. Só quem tem contato estreito com animais sabe exatamente o que eu estou falando.
A maioria das pessoas que eu conheço tem aversão a gatos e eu tenho três. Elas dizem que eles são egoístas, irritadiços, infiéis e interesseiros. Infelizmente essas pessoas não conhecem os meus gatos.
Meus gatos sabem quando eu estou triste, quando estou doente, quando quero a presença ou quando quero ficar sozinha. Gatos são bichinhos extremamente sensíveis e inteligentes. Também são muito carinhosos. E independentes.
Não se puxa um gato para perto de você se ele não quiser. Isso é muito legal. Um ser humano independente que lida com um bicho independente. Um bicho que tem vontade própria.
Nem todo mundo entende isso, mas depende muito da sua carência por bicho para entender, no mais eu não estou escrevendo hoje sobre gatos, estou escrevendo sobre mim como mulher embora o texto possa ser atribuído à outra com facilidade.
Viu só? Outra particularidade minha e que pode ser atribuída a outras mulheres também, emendamos um assunto no outro e logo nos esquecemos do primeiro. Arborizamos a conversa (como diz o meu querido Joe) e no final existe uma série de ramificações, de conversas paralelas que não foram terminadas.
Mas porque começamos esse assunto mesmo?
Ah! Lembrei. Sou assim…
Sou chef de cozinha sem regras, cozinho por prazer. Gostaria de ter alguém especial para cozinhar e leia-se aqui especial como “amor”, porque eu cozinho para o meu filho, para o meu irmão, para os meus amigos e para mim, quando estou sozinha. Ou seja, tenho vários motivos para cozinhar, mas não tenho aquela pessoa especial que eu definitivamente “pegarei” pelo estomago. Mas, ok! Isso é uma questão de tempo.
Sou tia de todos os meus sobrinhos, sejam eles de sangue ou não. E cuido de todos eles com o mesmo desvelo e com o mesmo amor. Aliás, o bom da vida é você ter mais família do que a sua própria. E eu sou tia, tia de uma série de sobrinhos.
Sou a amiga louca e risonha, uma eterna adolescente, divertida e muito, mas muito chorona. Amiga que enlouquece as amigas, mas que também é serena e sabe ouvir, sabe somente escutar, sabe amparar e tem uma capacidade de manter a calma em horas de crise que é incrível.
Mãe sofredora e culpada como qualquer uma das outras. E só de pensar no meu filho, sinto meus olhos encherem de lágrimas.
Aliás, ser mãe acho que é o que define uma mulher. É o que a faz enlouquecer de vez. Nada será suficiente e se você fizer, você se sentirá culpada, se não fizer você também se sentirá culpada. Não há saída.
Ou seja, caminho sem volta. Eu costumo dizer que a mulher concebe duas vezes. Concebe uma criança e concebe a culpa no mesmo instante e você nunca, mas nunca em sua vida será capaz de se livrar dela. Da culpa.
Como toda mulher faço várias coisas ao mesmo tempo, dou atenção a todos que passam pelo meu caminho e me emociono com coisas bobas, banais. Me emociono com aquilo que talvez não tenha sentido algum para outra pessoa e principalmente para um homem.
Sou prolixa como toda mulher, tenho DR’s homéricas e celular na minha mão dependendo do momento é arma. Aliás, acredito que todo homem em algum momento do relacionamento com uma mulher, mais precisamente num momento de crise deve amaldiçoar com todas as suas forças quem inventou o celular. Eu não queria ser homem num momento desses..rsss…quando passa é engraçado…mas na hora…rsss
O que me deixa mais tranquila é que eu sei por todas as minhas amigas e outras mulheres que eu converso, que elas são iguais, ou seja, o lance está no DNA e homens se vocês quiserem ter relacionamentos com mulheres terão que conviver com esse pequeno não diria problema, digamos contratempo…rsss
Ah! Sou palhacinha quando quero…
O dom de escrever às vezes se torna uma maldição porque os dedinhos nervosos não param de digitar e simplesmente me perco no meio dos pensamentos, das angustias, dos questionamentos. A cabeça não para e os dedos também.
Choro no meu quarto escuro como toda mulher. Sou guerreira obstinada quando acho que algo vale a pena e perder uma batalha simplesmente me deixa arrasada.
Estou trabalhando duro para entender que algumas batalhas são perdidas, já começaram assim e que por mais que tentemos, não conseguiremos vencê-las. Não conseguiremos nosso intento. E eu como uma guerreira que sou não consigo simplesmente entender certos “nãos” que a vida dá.
Isso realmente me entristece. E como toda mulher, eu choro.
Choro mas…
Me arrumo como toda mulher, para mim, para um homem ou para matar outra mulher de inveja. Oras, eu sou mulher. Fico linda quando estou contente e ainda mais linda quando estou triste. Afinal de contas ninguém precisa aparecer na rua com cara de choro para mostrar que está triste. Como dizem as bibas: “me monto mesmo”!
Sou otimista por natureza, quero sempre ver o lado bom de tudo e simplesmente escuto alguns sinais que a vida dá. Acredito em signos do zodíaco, tiro cartas de tarô pela internet e gosto que alguém me fale do que vai acontecer no meu futuro, embora eu tenha ressalvas.
Procuro conhecer e me reconhecer em cada um que cruza meu caminho, independente de ser por muito ou pouco tempo. E aprendo.
Aliás, leio tudo, sou curiosa e questionadora. Como uma criança, quero saber sempre os porquês dos porquês?
Sou profissional e me esforço bastante para fazer o melhor no meu ambiente de trabalho.
Como toda mulher adoro flores, pequenos gestos, jantares românticos e dias de preguiça no sofá. Sou romântica e adoro surpresas, assim como também adoro fazer surpresas.
Como toda mulher solteira que passou dos 30 anos, desejo um amor, um relacionamento tranquilo e sadio que me faça crescer e que eu tenha a oportunidade também de fazê-lo crescer.
Desejo um amor que respeite as minhas ideias, meus ideais e meus tempos. Sejam eles quais forem. Que esteja disposto a tudo por mim e por nós.
Que não faça de pequenos contratempos “cavalos de batalha”, porque sendo mulher eu já tenho uma vocação natural para o drama, então, esse amor deve ser equilibrado para que possamos viver em paz.
E que possamos viver uma vida de paz e amor. Um verdadeiro: “felizes para sempre”.
Como toda mulher, tenho oscilação hormonal, às vezes choro por nada, às vezes tenho vontade de matar e às vezes tenho vontade de entrar embaixo da minha cama e não sair mais. Simplesmente não atendo o telefone e não tenho vontade de falar com ninguém.
Sou intensa, forte, dramática, risonha, brincalhona, batalhadora. Sou Elis, Clarice, Marilyn, Nara, Maria, Juliana, Andreia.
Sou várias em uma. E uma parte de todas.
Eu sei que você que está lendo se é mulher, já se viu em muito do que eu escrevi e que se é homem foi com certeza coadjuvante de muito do que está escrito aqui ao lado de uma mulher.
Vejo as muitas nuances em muitas das mulheres que fazem parte da minha vida, mas todas elas em menor ou maior grau são exatamente como eu. Assim, assim, como descrito acima.
Todas batalhadoras, sonhadoras, loucas, dramáticas, culpadas, românticas, esperançosas. Todas: mulheres.
Todas como uma.
Uma mulher como todas!